Sempre que a possibilidade de ir ao Parque Estadual
do Turvo surge, nossos corações vibram de alegria, afinal são 17.491 hectares que sempre nos reservam grandes
surpresas. E desta vez não foi diferente. Há dias programávamos
a ida, mas o tempo não quis colaborar, até que neste sábado (05/03) o tempo bom
nos presenteou.
Com saída marcada
para às 5:30 nos direcionamos ao “Turvo Maravilha”, como sempre ansiosos e na companhia
da nossa micóloga e parceira de sempre Bárbara Botura e do pai do Bida, Luiz
Fernando.
Chegamos ao Parque um
pouco antes do esperado e não pudemos contar com a presença do “Homem Turvo”
Dante Meller que nos aguardava há dias. Mas como já se esperava, o tempo nunca
é desperdiçado no Parque e enquanto aguardávamos a permissão para entrar na
trilha já ouvíamos cantos interessantes, foi quando um casal de juruva-verde (Baryphthengus
ruficapillus) resolveu acusar presença,
emitindo sua vocalização, enquanto fotografávamos esta espécie outras também
resolveram aparecer, bem como tietinga (Cissopis
leverianus) e gralha picaça (Cyanocorax
chrysops), ambos de beleza peculiar.
|
Casal de juruva-verde (Baryphthengus ruficapillus) |
|
Juruva-verde (Baryphthengus ruficapillus) |
|
Tietinga (Cissopis leverianus) |
|
Gralha picaça (Cyanocorax chrysops) |
|
Limpa-folha-ocráceo (Anabacerthia lichtensteini) |
Então resolvemos
seguir a trilha principal de acesso ao Salto do Yucumã e logo na entrada já
contamos com a presença do limpa-folha-ocráceo (Anabacerthia lichtensteini) que já conhecíamos de outras idas, mas
não tínhamos foto (lifer para nosso
perfil no Wikiaves). Esta espécie só foi encontrada em duas cidades do nosso
estado, sendo elas Derrubadas e Tenente Portela, podendo ser confundida com o
limpa-folha-de-testa-baia (Philydor rufum),
já registrado por nós anteriormente.
O
tucano-de-bico-verde também apareceu, mas não possibilitou foto, assim como um bando
de maitaca-verde (Pionus maximiliani)
que passou por nós voando e vocalizando. Em seguida seguimos a trilha e notamos
a presença de um morador que gosta de ser notado, tratava-se de uma fêmea de
surucuá-variado (Trogon surrucura)
que nos observava sem emitir nenhum som.
|
Surucuá-variado (Trogon surrucura) |
Ao chegar na lagoa
das marrecas já avistamos os moradores que sempre encontramos, o pato-do-mato (Cairina moschata, lifer para
a Thuani), um casal de pé-vermelho (Amazonetta
brasiliensis), um mergulhão-pequeno (Tachybaptus
dominicus) e um bando de frango-d’água-comum (Gallinula galeata).
|
Pato-do-mato (Cairina moschata) |
Após isso foi a vez
de espécies que nos encantam com a coloração das penas, são elas: benedito-de-testa-amarela
(Melanerpes flavifrons), saíra-de-papo-preto (Hemithraupis
guira) e o anambé-de-bochecha-parda (Tityra
inquisitor) enquanto a tovaca-campainha (Chamaeza campanisona) nos acompanhava com seu canto, mas não nos
dava a honra de sua presença.
|
Saíra-de-papo-preto (Hemithraupis guira) |
|
Benedito-de-testa-amarela (Melanerpes flavifrons) |
Caminhamos aproximadamente 2km e devido à hora
(aproximadamente 11) o silêncio já era evidente e já estávamos satisfeitos com as
espécies que vimos/ouvimos, foi então que uma vocalização forte ecoou sobre a
mata e parecia se aproximar de nós, voltamos até um local em que pudéssemos
observar o céu abertamente e avistamos um gavião de grande porte, a princípio
pensávamos que pudesse ser o gavião-de-penacho (Spizaetus
ornatus) ou o gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus), afinal
a foto não permitia uma boa identificação, mas sabíamos que algo grandioso
estava por vir. Ao chegar à sede consultamos o bom e velho Wikiaves, que nos mostrou
as características diagnósticas da espécie, era o gavião-de-penacho (Spizaetus ornatos)!Mesmo assim, enviamos a foto ao Dante que nos confirmou eufórico.
|
Gavião-de-penacho (Spizaetus ornatus) |
|
Gavião-de-penacho (Spizaetus ornatus) no Parque Estadual do Turvo em maio de 2015. Foto: Dante Meller |
E ao final de tudo aquele sentimento
que só o Turvo nos reserva tomou conta: “valeu a pena voltar”.
Abraços
Thuani e Bida